Acredite ou não, dez anos já se passaram desde que os mangás foram introduzidos no Brasil. "Peraí, foram muito mais que dez anos! E o Akira? E Mai - A Garota Sensitiva?" é o que vocês vão indagar, e eu já explico. Estamos comemorando os dez anos dos mangás em leitura oriental no país. Esqueça os Akiras da vida e vamos lembrar os momentos mais marcantes desses dez anos da revolução mangá no Brasil.
em 2000
No distante ano de 2000, quem ficava menos de 20 minutos baixando um MP3 de 3MB no Napster era rei. Na TV aberta tinhamos Pokémon na Record e Dragon Ball Z na Band indo muito bem em audiência. Tínhamos sobrevivido ao bug do milênio e meu pai estava contente que seu aparelho de VHS ainda conseguia ser programado para gravar seus animês favoritos do Band Kids (sim, ele também curti!).
A Editora Conrad, que já tinha uma linha de revistas como a Herói e a Pokémon Club, decidiu publicar algo de Dragon Ball. A editora foi atrás dos direitos de lançar uma versão em quadrinhos baseada no animê de sucesso, mas alguém de visão da editora japonesa decidiu empurrar um outro material para eles... um material em preto e branco com leitura invertida.
Tendo o mangá de Dragon Ball na mão, a alta diretoria pensou muito naquilo. A ideia de espalhar o mangá foi logo descartada, pois o coração ficaria no lado direito do peito, entre outras anomalias que descaracterizariam as aventuras de Goku.
Além de Dragon Ball, a editora conseguiu os direitos de Cavaleiros do Zodíaco. E num misto de ousadia e de um "que se dane" homérico, a Conrad decidiu lançar o mangá no formato original mesmo e que Kami-Sama os ajudasse.
Em vez de lançar um calhamaço de 200 páginas, a editora optou por dividir os volumes pela metade para conseguir um preço mais em conta, que era de R$ 3,90. Os mais pessimistas achavam que aquilo não ia passar do quinto volume... e estavam enganados. O negócio foi um sucesso estrondoso.
Podemos ver que a Conrad ditou regras do mercado de mangá que são seguida até hoje. Um meio-tankohon foi uma saída pelo alto preço que ficaria um volume de 200 páginas. A leitura oriental não é para não ter que espelhar ou remontar os quadrinhos na ordem de leitura ocidental. O uso de legendas nas onomatopeias é uma saída para não precisar fazer a arte das onomatopeias em português.
....CURIOSIDADES....
*Dragon Ball veio com um monte
de onomatopeias traduzidas... para
o fracês.
*Mesmo tendo a equipe da revista
Herói disponível, o mangá de
Cavaleiros do Zodíaco trazia erros
gravíssimos, como o velho Jabu de
Capricórnio. Pô Conrad!
*Os mangás da editora tinham pro-
paganda durante o Band Kids, e a
apresentadora Kira explicava como
se lia o mangá.
*Ao contrário das revistas ocidentais,
a Conrad decidiu colocar a capa dos
dois lados. O motivo é simples: seja
qual foi o modo que o cara da banca
colocar o mangá na prateleira, dá pra
saber do que se trata.
*
Nenhum comentário:
Postar um comentário